HISTÓRIA DA AVIAÇÃO CIVIL BRASILEIRA
A aviação iniciou-se no Brasil com um vôo de Edmond Plauchut, a 22 de Outubro de 1911. O aviador, que fora mecânico de Santos Dumont em Paris, decolou da praça Mauá, voou sobre a avenida Central e caiu no mar, da altura de 80 metros, ao chegar à Ilha do Governador.
Era então bem grande o entusiasmo pela aviação. Na redação do jornal "A Noite", no dia 14 de Outubro, fundava-se o Aeroclube Brasileiro, que em janeiro do ano seguinte teria sua escola de aviação. Aí, como muitos outros, aprendeu a voar o primeiro ás da aviação brasileira, o capitão Ricardo Kirk, que seria também o primeiro brasileiro a morrer em desastre de aviação, em 28 de fevereiro de 1915.
Em 17 de Junho de 1922, os portugueses Gago Coutinho e Sacadura Cabral chegaram ao Brasil, concluindo seu vôo pioneiro, da Europa para a América do Sul. E em 1927 seria terminada, com êxito, a travessia do Atlântico, pelos aviadores brasileiros, João Ribeiro de Barros e Newton Braga, no avião "Jaú", hoje recolhido ao Museu Ipiranga.
Iniciou-se a aviação comercial brasileira em 1927. A primeira empresa no Brasil a transportar passageiros foi a Condor Syndikat, no hidroavião "Atlântico", ainda com a matrícula alemã D-1012. A 1° de janeiro desse ano, transportou do Rio de Janeiro para Florianópolis o então Ministro da Viação e Obras Públicas, Vitor Konder e outras pessoas. A 22 de fevereiro, iniciava-se a primeira linha regular, a chamada "Linha da
Lagoa", entre Porto Alegre, Pelotas e Rio Grande. Em junho de 1927, era fundada a Viação Aérea Rio-Grandense (VARIG), sendo transferido para a nova empresa o avião "Atlântico", que recebeu o prefixo nacional P-BAAA. A 1° de dezembro do mesmo ano, a Condor Syndikat, que acabara de inaugurar sua linha Rio - Porto Alegre, era nacionalizada, com o nome de "Sindicato Condor Limitada", mas tomaria, durante a II Guerra Mundial, o nome de Serviços Aéreos Cruzeiro do Sul (absorvida nos anos 80 pela VARIG). Em novembro de 1927, inaugurando a linha para a América do Sul da nova companhia francesa Aeropostale chegava ao Rio de Janeiro, Jean Mermoz, que se tornaria o mais famoso aviador da época. Em 1929, a Nova Iorque - Rio - Buenos Aires Line (Nyrba) iniciava o serviço aéreo entre essas duas cidades e o Brasil, tendo sido fundada no Brasil a Nyrba do Brasil S.A., com linha semanal entre Belém e Santos, e que se transformaria na Panair do Brasil, extinta em 1965.
A fundação do Aerolóide Iguaçu, com linha inicial São Paulo - Curitiba e logo se estendendo a Florianópolis, marcou o ano de 1933. Em novembro de 1933 era fundada por 72 empresários, a Viação Aérea São Paulo - VASP, que iniciaria em 1936 o vôo regular entre o Rio e São Paulo, a linha de maior tráfego da aviação brasileira.
A extensão do país e a precariedade de outros meios de transporte fizeram com que a aviação comercial tivesse uma expansão excepcional no Brasil. Em 1960, o país tinha a maior rede comercial do mundo em volume de tráfego depois dos Estados Unidos. Na década de 1950, operavam cerca de 16 empresas brasileiras, algumas com apenas dois ou três aviões e fazendo principalmente ligações regionais. Se destacava na Amazônia, a então SAVA S.A. - Serviços Aéreos do Vale Amazônico, com sede em Belém, fundada pelo Comandante Muniz e que com a ajuda do seu amigo e futuro Ministro da Aeronáutica, Brigadeiro Eduardo Gomes, conseguiu a concessão presidencial para voos regulares de passageiros, cargas e malas postais.
A crise e o estímulo do governo federal às fusões de empresas reduziram esse número para apenas quatro grandes empresas comerciais (VARIG, VASP, TransBrasil e Cruzeiro). Muitas cidades pequenas saíram do mapa aeronáutico, mas ainda nessa mesma década organizaram-se novas empresas regionais utilizando, inicialmente, os aviões turbo-hélices fabricados no Brasil pela Embraer, Bandeirante EMB-110 e o Brasília.
A VARIG absorveu a Cruzeiro e adquiriu outras empresas regionais, se transformando, no início do século XXI, como a maior transportadora da América Latina e a então regional TAM, dirigida pelo Comandante Adolfo Rolim Amaro - falecido em Julho de 2001 em acidente de helicóptero no Paraguai -, assumiu o posto de segunda maior empresa do continente sul-americano. Entretanto muita coisa mudou no início do século. A Transbrasil paralisou as suas atividades no final de 2001, teve pedido de falência protocolizado pela General Electric (aluguel de turbinas) e, em seguida, foi a vez da VASP, que parou por decisão judicial. A VARIG, também com dificuldades financeiras, foi dividida em diversas empresas menores e a novata GOL - Linhas Aéreas Inteligentes, assumiu o que a companhia gaúcha tinha de melhor. Diversas empresas menores foram criadas e outras regionais ampliadas. No ano de 2011 se pôde observar um cenário totalmente diferente: A TAM assumiu o posto de maior empresa aérea da América Latina e maior operadora de aeronaves Airbus do hemisfério sul do planeta, com mais de 150 aviões; a GOL opera mais de 100 modernas aeronaves Boeing e disputa o mercado interno em igualdade de condições com a TAM além de voar para uma dezena de cidades na América do Sul e Central; a AZUL iniciou sua rotas, com base operacional em Campinas (SP), utilizando aeronaves fabricadas pela EMBRAER e pela ítalo-francesa ATR; a TRIP se transformou numa boa companhia (a TAM possui uma parte do seu capital social); a WEBJET, após muitos problemas operacionais, acabou se firmando quando foi adquirida pelo Grupo CVC; a Pantanal foi vendida para a TAM e deve sumir após mais alguns anos e outras menores já atuam por todo o país.
O mercado brasileiro vem crescendo a taxas superiores às do resto do mundo e os aeroportos não mais suportam o movimento trazendo transtornos aos mais de 150 milhões de passageiros que embarcaram em seus aeroportos em 2010. Há uma discussão sobre a privatização da INFRAERO, que não presta um serviço adequado, e foi criada uma secretaria especial para cuidar da aviação civil do país (em 2011). Também há de se destacar que diversas empresas internacionais passaram a voar para outras cidades brasileiras que não São Paulo e Rio de Janeiro (principalmente Brasília, Porto Alegre, Salvador, Recife, Belo Horizonte e Fortaleza). As principais companhias a voar para outras capitais brasileiras são a TAP (Portugal), COPA (Panamá), LAN (Chile), Iberia (Espanha), Pluna (Uruguai) e Aerolineas Argentinas (Argentina). Com a disputa da Copa do Mundo (2014) e das Olimpíadas (2016) no Brasil espera-se uma explosão no aumento do volume de passageiros, cargas e voos no país e o governo federal trabalha para conseguir atender a essa crescente demanda.
BOEING 737.300, DA WEBJET, PREFIXO PR-WJM, FOTOGRAFADO NO AEROPORTO INTERNACIONAL JUSCELINO KUBITSCHEK, EM BRASÍLIA (DF). Foto/Crédito: Fernando Toscano (Portal Brasil)
Fonte: http://www.portalbrasil.net/aviacao_histbrasil.htm
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